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PGPM regula preço do algodão e ajuda em momentos de instabilidade

Preço atual está muito acima do estipulado pelo governo, mas atualização é importante, porque baliza os programas governamentais

08 de Agosto de 2022

A intervenção mais recente no mercado de algodão ocorreu há pelo menos dez anos. Foi quando o governo precisou garantir cotações maiores aos produtores, por meio de leilões de opção para a cultura e subsídio para o lançamento de contrato de opções por parte de indústrias. É raro isso ocorrer, no entanto, precisamos estar amparados caso haja oscilação no mercado global.


No atual cenário, o preço do algodão está muito acima do valor estipulado pelo governo federal, por meio da Política de Garantia de Preço Mínimo (PGPM), de R$ 120,45 por arroba, para a safra 2022/2023. No entanto, reconhecemos que a atualização de 45,82% é importante, porque baliza os programas governamentais que os cotonicultores podem necessitar no futuro, diminuindo oscilações de renda dos produtores e assegurando uma remuneração mínima.


O valor é uma demanda permanente do setor junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e depois fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Leva em conta custos variáveis de produção, além de condições de mercado, sobretudo o gasto com fertilizante que foi o que mais pesou na definição do montante.  Quando os preços caem abaixo do mínimo estabelecido, as autoridades podem implementar medidas, que incluem até a compra direta do produto. Esperamos não depender do apoio do governo para a sustentação dos preços, mas o reajuste mínimo é importante para dar conforto e tranquilidade para continuar a investir na atividade.


Somos o segundo maior exportador da fibra no mundo e o quarto maior produtor. Geramos renda e emprego em toda a nossa cadeia, impulsionando a economia do País. Na safra 2021/2022, plantamos 1,64 milhão de hectares de algodão em nove estados. A boa gestão, a tecnologia, a aposta em inovação e o empreendedorismo dos agricultores dessas regiões resultaram em altas produtividades e na obtenção de fibra de qualidade.


Conquistamos credibilidade no mercado internacional graças ao trabalho permanente de promoção da pluma desenvolvido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com as associações estaduais e com os órgãos apoiadores como a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Nessas ações promocionais, apresentamos aos compradores não só o nosso produto, como também a forma correta e eficiente empregada no processo de produção.


Estimativa do Ministério da Agricultura aponta que a cotonicultura nacional movimentará R$ 42,98 bilhões, considerando o valor bruto da produção até junho de 2022. Para 2022/2023, o investimento deverá chegar a R$ 18,4 bilhões na compra de insumos agrícolas. A geração direta de empregos no cultivo e manejo do algodão é estimada em 14.241 trabalhadores na cadeia, resultando na movimentação de massa salarial de R$ 472,4 milhões.


Sem garantia de apoio governamental, através de atualizações anuais da Política de Garantia de Preços Mínimos, somos impactados no cultivo dessa importante fonte de geração de empregos e divisas para o Brasil. O PM é uma ferramenta para dar mais segurança aos produtores e para continuarmos investindo na cultura, apoiados por uma coerente política de preços e que nos ampara em um eventual agravamento de crise.


 


Leia Mais: PGPM regula preço do algodão e ajuda em momentos de instabilidade - Revista Globo Rural | Vozes do Agro


Mídia: Globo Rural – 08/08/2022

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