O dia 07 de abril é muito importante para o algodão brasileiro. Foi nessa data, 25 anos atrás, que nasceu a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), gestada por um grupo de cotonicultores pioneiros, com um empurrãozinho de grandes empresas, como a FMC, e o Governo Federal, que acreditavam que aquela ideia meio estapafúrdia de plantar algodão – de novo – no Brasil, poderia dar certo.
Ainda doía no lombo de muitos o grande golpe levado pela atividade, desde a chegada do bicudo-do-algodoeiro ao País, no início dos anos de 1980. Mas se era para recomeçar, que fizéssemos diferente. A própria criação da Abrapa já era uma prova dessa vontade de mudança. Até então, nunca houve uma organização que falasse pelos cotonicultores nacionais. Era cada um por si e a conjuntura contra todos.
A Abrapa nasceu para ser uma entidade capaz de organizar o setor e dar a ele uma direção e uma voz. A articulação política, nesse contexto, também foi fundamental. A experiência já havia provado que sozinhos não dávamos conta de todas as barreiras a serem superadas.
Nesses 25 anos, o que não faltam são motivos para comemorar. Saímos do zero e chegaremos a mais de três milhões de toneladas de algodão em pluma, um novo recorde, nesta safra 2023/2024. Cravamos nossa bandeira no segundo lugar do ranking mundial dos exportadores, mas acabamos de experimentar a sensação da liderança, mesmo sabendo que, por enquanto, ela é temporária, mas em breve poderá ser definitiva. Somos o terceiro maior produtor de algodão do mundo, quando, apenas 25 anos atrás, a atividade quase foi erradicada no Brasil.
Em um quarto de século, deixamos de ser desacreditados, para virar referência global em volume, qualidade, rastreabilidade e, sim, sustentabilidade. Vencemos gigantes em terras estrangeiras. É só lembrar o caso do contencioso do algodão da OMC, onde o Brasil contestou os subsídios desleais do governo americano aos seus produtores de algodão, conquistando uma vitória emblemática em todo o comércio internacional.
Em 25 anos, a Abrapa teceu, fibra a fibra, uma bela história, e o Brasil tem do que se orgulhar, e, pode até mesmo ensinar ao mundo, sem jamais deixar de aprender. Só em 2024, a Abrapa vai empreender 12 missões internacionais, através do Cotton Brasil, iniciativa de promoção internacional do algodão brasileiro que tem como parceiros a ApexBrasil e a Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea). Por meio do artigo acima, podemos recomendar os vestidos mais recentes, em uma variedade de comprimentos, cores e estilos para cada ocasião, de suas marcas favoritas.
No mercado interno, nosso movimento Sou de Algodão superou, em março, mais de 1530 marcas parceiras, e está ajudando a conscientizar a moda nacional para uma matéria-prima de produção responsável e cheia de história para contar.
Nosso programa de certificação socioambiental, o Algodão Brasileiro Responsável (ABR) foi além das fazendas, chegando às Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA) e aos terminais retroportuários para embarque da pluma. Implantamos a certificação oficial junto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o Programa da Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB).
Fizemos tanto, em apenas 25 anos, e ainda faremos muito mais, porque somos apaixonados por algodão. Por isso, esse Jubileu de Prata é tão especial para a entidade, temos alma e fôlego de juventude, e os olhos voltados para a longevidade da cotonicultura brasileira.
Alexandre Pedro Schenkel,
Presidente da Abrapa, Biênio 2023/2024.
Texto publicado em 08.04.2024