O Brasil deve colher um novo recorde na produção de algodão. O volume estimado para a safra 2023/2024 é de 3,5 milhões de toneladas de algodão beneficiado (pluma), um aumento de 7,7% em relação ao ciclo anterior, explicado, basicamente, pelo incremento de 15,4% na área plantada, que deve ser consolidada em 1,93 milhão de hectares.
Esse aumento se deve, em grande parte, à migração de área de milho de segunda safra para a cultura, e o resultado abaixo do esperado para a soja, em função dos efeitos do El Niño. Já a produtividade deve ser 6,7% menor que em 2022/2023 e é projetada em 1.809 quilos de pluma por hectare.
Os dados foram apresentados pela Associação Brasileiras dos Produtores de Algodão (Abrapa) durante reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Algodão e Derivados, do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), realizada essa semana, de forma virtual.
Os números não diferem tanto dos divulgados pela Conab, no dia 12 de março, que indicaram produção de 3,56 milhões de toneladas de pluma.
As chuvas recentes registradas praticamente em todos os estados produtores estão ajudando no desenvolvimento da cultura, entretanto, para repetir o recorde do ano passado ainda são necessárias precipitações no período de enchimento de capulhos, principalmente, nas lavouras plantadas em segunda safra.
O clima também favoreceu a pressão de pragas como a mosca-branca e de lagartas, como a spodoptera. Os produtores, no entanto, vêm conseguindo manejar com eficiência as lavouras, segundo nota da Abrapa.