O diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Marcio Portocarrero, apresentou o importante papel da cotonicultura brasileira no cenário global como produtora e exportadora de algodão responsável, durante a 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas. O evento ocorreu nesta quinta-feira, 22 de fevereiro, na Estação Experimental Terras Baixas da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS), e reuniu produtores e técnicos para debater a importância de melhorar a gestão das propriedades rurais, visando aumentar a produtividade na safra de grãos.
Atualmente, o Brasil é líder global na produção e exportação de algodão responsável, com 1,98 milhão de toneladas certificadas, em um mercado mundial que totalizou 6,9 milhões de toneladas. “Um grande esforço e uma mudança de paradigmas foram necessários para alcançar esse resultado. Estruturamos programas estratégicos de rastreabilidade, qualidade, sustentabilidade e promoção do algodão brasileiro, pautados por critérios rigorosos, para destacar, sobretudo no mercado internacional, a competitividade e a origem confiável da fibra nacional”, afirmou o executivo.
O Programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), destinado à certificação socioambiental das unidades produtivas de algodão e que opera em benchmarking internacional com a instituição suíça Better Cotton (BC), é reconhecido por entidades mundiais, como a FAO, e teve sua aplicação expandida para as Unidades de Beneficiamento de Algodão (ABR-UBA) e terminais retroportuários (ABR-LOG).
Com a certificação ABR, os produtores brasileiros de algodão adotaram estratégias sustentáveis para promover o bem-estar e a segurança dos trabalhadores, além de conservar o meio ambiente. “O uso eficiente da água é uma preocupação constante, assim como a adoção de fontes de energia limpa. A proteção do solo é outra prioridade, bem como a utilização de manejo integrado de pragas (MIP) e de produtos biológicos. A eficiência no uso da terra, aliada à agricultura digital e de precisão, contribui para aumentar a produtividade e reduzir os impactos ambientais. Questões verificadas por auditorias de terceira parte, que são fundamentais para garantir a conformidade com as práticas sustentáveis”, destacou Portocarrero.
O funcionamento do Sistema Abrapa de Identificação (SAI) no rastreamento do fardo do algodão, aliado ao programa SouABR, que permite rastrear a peça da fazenda que produziu o algodão até o guarda-roupa do consumidor, foi um dos temas abordados durante a apresentação, assim como o Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), o Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) e as ações de promoção do algodão brasileiro, com o movimento Sou de Algodão e a iniciativa Cotton Brazil.
Promovido pela Federarroz, o encontro termina nesta sexta-feira, 23 de fevereiro, e conta com o apoio da Embrapa, Senar (RS), IRGA e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).