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Sou de Algodão: O futuro da moda é transparente e responsável

Programa revoluciona indústria têxtil brasileira com rastreabilidade de algodão por blockchain

04 de Janeiro de 2024

Sabemos que o consumidor está cada vez mais consciente do seu papel quando o tema é sustentabilidade e transparência. E a busca por informações não se encerra na conduta das empresas, ela se estende à origem das matérias-primas por trás dos produtos que consome.


Nesse contexto, o Brasil se destaca como um pioneiro na busca por uma produção responsável e sustentável de uma das principais matérias-primas da indústria têxtil global, o algodão. Mais de 82% da produção do país já possui uma certificação socioambiental graças ao programa ABR (Algodão Brasileiro Responsável) desenvolvido pela Abrapa (Associação Brasileira dos Produtores de Algodão). Isso significa que a matéria-prima que alimenta a cadeia têxtil é cultivada com respeito ao meio ambiente e ao trabalhador, seguindo as melhores práticas de produção.


Sou de Algodão + SouABR


Na busca por despertar essa conscientização coletiva em torno da moda e do consumo responsável, em 2016 foi criado pela Abrapa, em parceria com o Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), o Sou de Algodão. Um movimento que busca a união de todos os agentes da cadeia produtiva dessa fibra, passando pelo homem do campo, tecelões, artesãos, fiadores, designers de moda, estilistas e estudantes, produzindo campanhas focadas e conteúdos direcionados ao consumidor final.


Foi a partir desse movimento, através da atuação junto a marcas parceiras, que se deu origem à iniciativa de rastreabilidade SouABR. Segundo Silmara Ferraresi, Diretora de Relações Institucionais da Abrapa, o projeto está transformando a forma como os consumidores enxergam suas roupas e como as marcas produzem moda de maneira responsável. “A iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia do algodão, dialoga com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos, representando 42% de toda a produção mundial de algodão licenciada pela Better Cotton Initiativa”, afirma.


Silmara conta que o SouABR é o primeiro programa de rastreabilidade por blockchain da indústria têxtil brasileira com algodão em larga escala. “Seu principal objetivo é oferecer total transparência ao público sobre a origem das roupas que consome. Essa inovação, que já está disponível em algumas marcas e varejistas, rastreia toda a cadeia produtiva de uma peça de roupa, garantindo a origem do algodão certificado pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR)”, explica Silmara Ferraresi.


Para que o SouAbr tenha sucesso é importante a presença de parcerias sólidas. Para isso, o programa já conta com a parceria de diversos varejistas, fiações, tecelagens, malharias, confecções e marcas de varejo já aderiram. Inicialmente a parceria foi iniciada exclusivamente com Reserva, Renner e Youcom, em 2021; e hoje já conta com marcas como C&A, Almagrino, Fio Puro, Incofios, Renauxview, Vicunha, Dalila Textil, By Cotton, Ease, Ufoway e Emphasis.


Como Funciona a Rastreabilidade


Silmara afirma que a rastreabilidade é um processo simples para o consumidor. “Através da leitura de um QR Code na peça de roupa, o consumidor poderá verificar que o algodão utilizado tem a certificação socioambiental Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que entrega à indústria o comprometimento dos produtores com os três pilares da sustentabilidade: social, ambiental e econômico. O detalhamento dessa rastreabilidade se dá até ao nível de cada fazenda que produziu o algodão, além da fiação, tecelagem ou malharia, confecção e marca de varejo que fazem parte da cadeia rastreada daquele produto.”


Todas as informações que o consumidor tem acesso são armazenadas de forma segura por meio da tecnologia blockchain. São elas que garantem que o produto adquirido possui a certificação ABR de padrão de sustentabilidade. “A certificação ABR possui 183 itens de verificação distribuídos em 8 critérios, que são: contrato de trabalho, proibição do trabalho infantil, proibição de trabalho análogo a escravo ou em condições degradantes ou indignas, liberdade de associação sindical, proibição de discriminação de pessoas, segurança, saúde ocupacional, meio ambiente do trabalho, desempenho ambiental e boas práticas”, explica Silmara.


O programa tem sido bem recebido pelos produtores, que se sentem reconhecidos pelo esforço em produzir de forma responsável, e pelos consumidores finais, que apreciam a transparência e o compromisso das marcas com a sustentabilidade. O SouABR está pavimentando o caminho para uma indústria têxtil mais ética, transparente e responsável no Brasil, demonstrando que a moda e o consumo conscientes podem andar de mãos dadas.


Por um futuro mais sustentável e consciente


Silmara Ferraresi reconhece que esta é apenas a primeira etapa de um longo caminho para um mundo mais sustentável e consciente. “Estamos muito felizes com os resultados iniciais, principalmente considerando que este é um programa inovador para o mercado! Desenvolvemos o primeiro programa de rastreabilidade real, desde a matéria-prima até o varejo. Sabemos que ainda há um longo caminho para oferecer produtos rastreáveis em larga escala para o consumidor, e não depende apenas de nós. O resultado vem do esforço coletivo e este é apenas o começo”, finaliza.


Fotos: Rudiney/Abrapa


 

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