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Painel discute as mulheres no algodão no XX Anea Cotton Dinner

Presença feminina forte na base da cadeia produtiva da fibra não se reflete nos cargos de liderança

03 de Julho de 2023

Embora se estime que, desde a fazenda até o varejo, as mulheres representem em torno de 70% dos postos de trabalho na cadeia produtiva do algodão, quando se trata de ocupar cargos de liderança, a situação é bem diferente. E foi para discutir as formas de ampliar essa presença que a vice-presidente da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa) e conselheira fiscal da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Alessandra Zanotto, participou no último sábado (1º), do painel ""Women in Cotton (WIC) – como a indústria do algodão pode contribuir para aumentar a diversidade em cargos de liderança"", durante a programação do XX Anea Cotton Dinner and Golf Tournament, no Rio de Janeiro. O evento, promovido pela Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), foi realizado entre os dias 29 de junho e 02 de julho.

O WIC é um grupo de trabalho global, da International Cotton Association (ICA), mais tradicional entidade do mercado de algodão, que tem sede em Liverpool, na Inglaterra. O comitê tem por objetivo discutir soluções para o problema. Desde 2022, o tema da diversidade feminina da cadeia do algodão passou a integrar a programação do evento da Anea. Este ano, além de Alessandra Zanotto, o painel teve participação do presidente da ICA, Tim North, dos presidentes da Anea e da Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit) e da Bolsa Brasileira de Mercadorias (BBM), respectivamente, Miguel Faus, Fernando Pimentel e João Paulo Levèvre, com moderação de Henrique Snitcovski (Dreyfus).

Um dos painéis mais comentados na programação do evento, o WIC trouxe à luz temas que, segundo painelistas e parte do público, ainda não estão resolvidos. ""Assumi a direção na empresa da minha família porque meus pais não tiveram um filho homem. Somos duas filhas e, hoje, tocamos o negócio. Na segurança da minha bolha, depois de superadas as dificuldades de aceitação na minha própria família, não percebi de imediato que o problema ainda não estava resolvido. Quando entrei no associativismo foi que vi que ainda estamos muito longe disso"", disse Alessandra Zanotto.

""É comum que em nossa vida e nas empresas, nos aproximemos de pessoas que pensam igual a nós. Quando se dá oportunidade para as mulheres e para outros modos de pensar, a gente sai dessa 'caixa' e cresce juntos"", ponderou. ""A diversidade enriquece. E não é só a de gênero; é a de cor, de cultura, de perspectivas diversas que podem agregar"", finalizou Alessandra. Ela termina a sua fala dizendo que a ascensão das mulheres aos cargos de liderança é uma oportunidade para a cadeia produtiva e as organizações expandirem conhecimentos, trazerem inovações e novos resultados.

O presidente da organização internacional, Tim North, lembrou que o meio do algodão, dentre as soft commodities, é um dos mais conservadores, sobretudo, no ocidente. ""Na China, há mais de 30 anos, a mulher estar nos negócios no algodão, na indústria e no comércio da fibra, faz parte da cultura. Isso é o que a ICA está promovendo no mundo. É tempo de mudar esse quadro"", afirmou North.  Para Fabiana Furlan, que representa o Brasil no Women in Cotton, ""Esta é uma jornada, e, todos os dias, temos condições de sermos melhores. Ao longo desses anos, em que a ICA tem se dedicado, com esse grupo de trabalho, estamos construindo isso"", concluiu Furlan.

03.06.2023
Imprensa Abrapa
Catarina Guedes – Assessora de Imprensa
(71) 98881-8064
Monise Centurion – Jornalista Assistente
(17) 99611-8019




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