O programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR), gerido pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), foi apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas – COP 27, como exemplo do comprometimento dos produtores brasileiros com a sustentabilidade ambiental, social e econômica.
Representada pelo diretor de Sustentabilidade da SLC – Agrícola, Álvaro Luiz Dilli, a explanação foi durante o painel sobre Agricultura e Serviços Ambientais, realizado no dia 15 de novembro, no Pavilhão Brasil, em Sharm El Sheikh, no Egito. A ação integra o programa Cotton Brazil, executado pela Abrapa, com apoio da Apex-Brasil, da Associação Nacional dos Exportadores (Anea) e do Ministério das Relações Exteriores (MRE).
Em entrevista para o Planeta Campo, o executivo reforçou as características do setor. "O algodão brasileiro é certificado, rastreavel do campo até o mercado, até a loja. Isso é um processo longo e que vai demonstrar ao mundo que produzimos um algodão de qualidade, reconhecido no mundo todo", disse.
Em sua palestra, Dilli falou sobre a compensação financeira pela conservação de ecossistemas e da biodiversidade, apresentou o case da SLC – Agrícola, que adota práticas responsáveis de cultivo, com ênfase no algodão certificado. Enfatizou o comprometimento da empresa que mantém contrato de compensação financeira pela manutenção de uma área de 1.358 hectares de vegetação nativa na Fazenda Perdizes, em Mato Grosso. Essa é a maior área individual e a primeira localizada no bioma amazônico a aderir ao mecanismo CONSERV, idealizado pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e executado em parceria com o EDF (Environmental Defense Fund) e com o Woodwell Climate Research Center.
Por meio do CONSERV, projeto lançado em 2020, os produtores rurais recebem compensação pela conservação de áreas de vegetação que excedem a reserva exigida pelo Código Florestal. A adesão da SLC – Agrícola se soma à aprovação da Política de Desmatamento Zero, na qual formalizou o compromisso em não converter áreas com vegetação nativa para o uso agrícola, mesmo aquelas elegíveis nos respectivos processos de licenciamento ambiental.
Anterior a isso, o executivo apresentou o ABR, executado em parceria com as empresas estaduais e os produtores, e que certificou 86 % da produção brasileira na safra 2021/22. O País é o maior fornecedor de algodão com licenciamento BCI, com uma fatia de 42% do mercado global de Better Cotton (BC) e, desde 2013, o programa atua em benchmarking com a BC. O rigoroso protocolo abrange 183 quesitos que vão desde boas práticas agrícolas até garantias de saúde, segurança e bem-estar do trabalhador.
Mídia: Planeta Campo – 21/11/2022