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Movimento Sou de Algodão e Agopa participam de “bate-papo” sobre a cadeia produtiva na Universidade Estadual de Goiás

O encontro, com os alunos e docentes da instituição, marca o início da parceria que tem como objetivo fomentar a pesquisa e a criatividade

30 de Setembro de 2022

O presidente da Associação Goiana dos Produtores de Algodão (Agopa), Carlos Alberto Moresco, a gestora de Relações Institucionais do Movimento Sou de Algodão, Manami Kawaguchi e o estilista Theo Alexandre, proprietário da marca Thear e integrante do line-up do São Paulo Fashion Week, participaram, na quarta-feira (28/09), de um bate-papo com os alunos e docentes da Universidade Estadual de Goiás. O encontro inaugurou a parceria entre a faculdade de moda e a iniciativa da Abrapa, que tem como objetivo fomentar a pesquisa e a criatividade na moda, com conhecimento e experiências, tendo o algodão como tema central.


O encontro teve início com a participação da gestora do Movimento Sou de Algodão explicando a importância da união dos elos que o algodão faz parte. "Representamos o início da cadeia, mas a nossa essência é a união e o fortalecimento de toda a cadeia, que vai do produtor ao varejo, passando pelas etapas da indústria têxtil, profissionais de moda, marcas dos mais diversos segmentos e, a partir deste ano, universidades. As marcas tornam a matéria-prima tangível no dia a dia das pessoas por meio de seus produtos, mas as universidades são importantes para nós, porque formam o futuro do nosso País, os criadores que vão desenhar coleções para as mais diferentes marcas e trazer novos olhares e inovação para a moda", explicou Manami.


O presidente da Agopa destacou a importância da produção de algodão para a economia do Brasil, que é o quarto maior produtor do mundo e referência no cultivo com certificação socioambiental, já que 84% da última safra foi certificada pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR).


"Com esse programa, mostramos que nos preocupamos com a preservação do meio ambiente e com o uso controlado e adequado de defensivos aprovados. Todo o processo começa na fazenda certificada, onde a produção precisa atender a um extenso protocolo socioambiental, com mais de 180 itens distribuídos em 08 critérios como contrato de trabalho, proibição do trabalho infantil, proibição de trabalho análogo à escravidão ou em condições degradantes ou indignas, desempenho ambiental e boas práticas agrícolas", reforçou Moresco.


Em relação à cultura da fibra no pilar ambiental, o presidente da Agopa explicou que, entre as melhores práticas, é adotado o regime de sequeiro em 92% da produção, quando as águas da chuva são aproveitadas e a lavoura não precisa de irrigação durante as estações secas. Outra iniciativa envolve as técnicas para redução da dependência do uso de insumos químicos como o controle biológico de pragas e a agricultura de precisão, que permitem uma maior sustentabilidade para a cotonicultura.


Moresco também falou sobre o Sistema Abrapa de Identificação (SAI), em que os dados presentes no código de barras permitem saber qual fazenda produziu o algodão, a algodoeira que beneficiou a pluma, o número da certificação ABR, se tem licenciamento Better Cotton Initiative (BCI) e quais são os dados de qualidade da fibra. Tudo integrado e registrado numa etiqueta que funciona como um RG do fardo de algodão.


"Para ampliarmos essa rastreabilidade para o consumidor de moda, que pede por isso, a Abrapa, por meio do Movimento Sou de Algodão, criou, em outubro de 2021, o Programa SouABR. Por meio de QR Code é possível verificar de qual fazenda saiu a matéria-prima presente na peça de roupa, a geolocalização, as certificações, a fiação, a tecelagem, a confecção e a rede varejista que participaram do processo de fabricação e de venda do produto. Tudo isso na palma da mão", explicou o presidente da Agopa.


O estilista Theo Alexandre também destacou a importância da sustentabilidade e como o tema está cada vez mais presente no mundo da moda. Para ele, as marcas que não começarem a pensar sobre isso podem não durar muito tempo no mercado. A observação vai ao encontro de um levantamento do Instituto de Pesquisa Locomotiva, que aponta que 86% da população brasileira se interessa por sustentabilidade, 75% consideram que as empresas de vestuário deveriam se preocupar com o tema e tê-lo como pauta permanente e 45% acham que as marcas deveriam se posicionar sobre ele.


O encontro foi finalizado pelo presidente da Agopa que comentou sobre como os produtores passaram a entender a importância da moda para o algodão. "Queremos diminuir as distâncias entre os diferentes públicos e nos comunicar com os consumidores, envolvendo os produtores de algodão e toda a cadeia têxtil. Ao mostrarmos que o algodão é o elemento que nos conecta e demonstrarmos a importância de cada agente dessa grande cadeia, unimos todos em torno de um único propósito e rompemos os limites entre cada setor para que todos possam se comunicar".

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