Ao som dos tambores do Projeto Social e Banda Didá, com programação diversificada e 2.500 participantes, o 13º Congresso Brasileiro de Algodão (CBA) reúne de hoje (16) até a próxima quinta-feira (18), no Centro de Convenções de Salvador, todos os setores da cadeia produtiva da pluma para discutir as demandas do mercado algodoeiro no Brasil e no mundo com 121 palestrantes. Considerado o maior evento da cotonicultura nacional e organizado pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), nesta 13ª edição, o CBA traz como tema principal "Algodão brasileiro – desafios e perspectivas no novo cenário mundial", afinal, as mudanças impostas após dois anos de pandemia exigiram de lideranças, produtores, pesquisadores e empresários do algodão estratégias diferenciadas para acompanhar as tendências e atender às exigências dos consumidores.
Desde 1997, a Abrapa realiza o CBA, superando números e expectativas dos participantes. Durante a cerimônia de abertura oficial do evento, o presidente, Júlio Busato, ressaltou a força da pluma brasileira. "Estou muito feliz em rever cada um de vocês após três anos de distanciamento. Há muito tempo deixamos de ser um simples mercado de oportunidade e nos tornamos supridores eficientes, oferecendo um algodão sustentável, qualificado, com rastreabilidade, escala e constância", avaliou. "Além disso, temos um produto de extrema importância socioeconômica para o Brasil que nos garante lugar privilegiado no cenário internacional", enfatizou Busato.
Quarto produtor mundial de algodão, o Brasil tem a meta arrojada de colocar o país no topo do ranking internacional de exportação da pluma até 2030. Entre os maiores produtores estão Índia, China e Estados Unidos. Cerca de 63% do algodão do país é produzido em segunda safra; 93% em sequeiro, 42% da pluma é licenciada BCI (Better Cotton) e 84% têm certificação Algodão Brasileiro Responsável (ABR). O Brasil é o único no mundo que certifica as unidades de beneficiamento (algodoeiras), totalizando 266 usinas no país, com quase 30% certificadas em 2021.
Também presente ao evento, o ministro da Agricultura, Marcos Montes fez questão de destacar a participação do agro como segmento impulsionador da economia brasileira. "O Brasil sempre foi um país do olhar para frente. E, junto com ele, o agronegócio respondeu, reagiu e se comprometeu ainda mais com o nosso futuro. E como hoje nós temos liberdade para produzir, acredito que, em 10 anos, seremos o maior exportador mundial de algodão", disse Montes, deixando sua mensagem de reconhecimento e confiança aos produtores de algodão. "Vocês estarão junto conosco como os grandes responsáveis por colocar o Brasil como protagonista no cenário mundial".
Representando o Governo da Bahia, o secretário de Agricultura, Irrigação, Pesca e Aquicultura, Leonardo Bandeira, deu as boas-vindas aos congressistas, salientando que é hora de expandir conhecimento e tecnologia e estabelecer novos planejamentos desde a matéria-prima até o comércio para alcançar mercados. "É gratificante observar que o agro, especialmente o algodão, não parou, mesmo diante de todas as dificuldades impostas pela pandemia. Na Bahia, temos apoiado incansavelmente a cotonicultura por entender sua importância econômica e social".
A cerimônia de abertura contou ainda com a presença da Diretora de Agricultura da Organização Mundial do Comércio (OMC), Marième Fall. "A OMC tem particular interesse em supervisionar o comércio internacional do algodão em função das diversas populações ligadas ao setor no mundo inteiro. Nosso compromisso é restabelecer os níveis de igualdade comercial, garantindo que todos os produtores sejam beneficiados", pontuou a diretora, que pela primeira vez participa de um evento internacional sobre o algodão. Ao lado dela, o embaixador Ruy Carlos Pereira, diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), defendeu o desenvolvimento alcançado pela cotonicultura nos últimos 20 anos. "Vejo com alegria e satisfação o extraordinário avanço produtivo do segmento, de absoluta importância para a economia brasileira. E nosso trabalho é, justamente, espelhar esse esforço para além-fronteiras, para que o Brasil assuma uma posição de relevância cada vez maior".