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Ações sustentáveis do setor algodoeiro são apresentadas em congresso que discute o mercado de carbono

​Evento reúne as principais lideranças empresariais, políticas e ambientais do Brasil e do mundo, na capital carioca

20 de Maio de 2022

As ações voltadas para as boas práticas socioambientais na cotonicultura brasileira foram apresentadas pelo presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Júlio Cézar Busato, durante o Congresso Mercado Global de Carbono - Descarbonização & Investimentos Verdes, na quinta-feira (19), no Rio de Janeiro. O evento reuniu as principais lideranças empresariais, políticas e ambientais do Brasil e do mundo, na capital carioca.

Busato detalhou as estratégias da cotonicultura para impulsionar ações sustentáveis, com base nos pilares econômicos, sociais e ambientais, e de que maneira os produtores fomentam projetos e ativos ambientais na nova economia verde. Preservação da vegetação nativa, conservação da biodiversidade da fauna e flora, apoio a polinizadores e a preservação de recursos hídricos foram alguns pontos elencados por ele.

O presidente destacou a preservação da vegetação nativa dentro das propriedades rurais brasileiras que, de acordo com os dados da Embrapa Territorial, somam 219 milhões de hectares no País. Montante equivalente a 48% das unidades rurais e 26% do território nacional. A preservação nativa dentro das propriedades rurais é importante, entre outras coisas, para a conservação da biodiversidade da fauna e da flor, além da preservação de recursos hídricos. Busato ressalta que o sistema de produção implementado pelo produtor brasileiro, que busca adotar um comportamento de consciência em relação a questões sociais e ambientais, está retirando dióxido de carbono (CO2) da atmosfera e colocando no solo, por meio da matéria orgânica. "Vamos mensurar, certificar e queremos poder entrar no mercado de comércio de carbono, gerando créditos dessa "sobra" e vender para aqueles que têm níveis elevados de emissão e desejam compensá-los. Os agricultores brasileiros têm esse ativo de preservação da vegetação nativa em cumprimento ao código ambiental do País. Estamos atentos e queremos avançar nessa oportunidade de investimento", disse.

 

Uso racional da água

No que diz respeito à conservação dos recursos hídricos, os produtores trabalham em análises regulares de qualidade e utilização da água, boas práticas de armazenamento e ações para minimizar erosão e enxurradas, além da outorga e conservação das nascentes.

 

Proteção do solo e ciclagem de nutrientes

Com foco também na parte biológica do solo, não só na química e física, a prática também prevê rotação de culturas agrícolas e cobertura da terra com palhada em cultura antecessora, além da agricultura de precisão. Os produtores de algodão estão atentos às ações sustentáveis nas suas lavouras, como a redução do consumo de combustível para aração do solo, rotação de cultura para o cultivo do algodão. Os resultados preliminares, no Oeste da Bahia, são bastante promissores: o estoque de carbono no solo até 0-40 cm, na média dos tratamentos sob SPD foi 28% superior ao obtido no PC, e 33% superior ao Cerrado nativo.

O setor algodoeiro do País foi um dos primeiros a se preocupar com a questão da sustentabilidade e o incentivo dos serviços ecossistêmicos, com o programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) - Certificação para unidades produtivas de algodão, cujo protocolo de 183 itens atende: 100% da legislação nacional trabalhista; Normas da Organização Internacional do Trabalho; Legislação ambiental e Código Florestal. Boas práticas agrícolas.

Além do programa Algodão Brasileiro Responsável para Unidades de Beneficiamento de Algodão (ABR-UBA) - Certificação brasileira para algodoeiras, cujo protocolo de 170 itens atende: 100% da legislação nacional trabalhista; Prevenção de acidentes de trabalho e de incêndios; Legislação ambiental para indústrias e uso racional de energia e boas práticas de beneficiamento.

Além de Busato, participaram do painel Agricultura e Serviços Ambientais: Carlos Motta (VP Negócios de Varejo BB), como moderador; o ex-ministro da Agricultura, Alysson Paulinelli, Ricardo Faria (Insolo Agroindustrial); Ricardo Arioli (Agropecuária Novocampo) e a presidente da Microsoft Brasil, Tânia Cosentino.

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