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Abrapa: há 23 anos, construindo a trajetória do algodão brasileiro

07 de Abril de 2022

Há exatos 23 anos, um pequeno grupo de produtores rurais do Mato Grosso se reuniu com o objetivo de retomar o cultivo do algodão, no Brasil, estimulando a criação das associações estaduais de produtores de algodão e consequentemente da Abrapa, Associação Brasileira dos Produtores de Algodão. Na época, foram levados a cultivar algodão pela necessidade de promover a rotação de culturas, intercalando o cultivo da fibra com a soja e o milho.  A partir dessa decisão, buscaram conhecer e testar as mais novas tecnologias disponíveis e recomendadas dentro e fora do Brasil. A retomada veio envolta em grandes metas: vencer a barreira imposta pelo bicudo-do-algodoeiro, que havia dizimado as lavouras em período recente; produzir com sustentabilidade; rastreabilidade e qualidade e desta forma, voltar a abastecer a demanda da indústria têxtil nacional e conquistar o mercado internacional.

Em poucos anos, convertemos o Brasil no 4º produtor e no 2º maior exportador mundial, com lavouras nos estados do Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia, Maranhão, Piauí, São Paulo e Paraná, representando 99% da produção e 100% das exportações brasileiras. Nesse curto espaço de tempo, a história da retomada do algodão brasileiro reveste-se de sucesso, colocando a Abrapa e suas 9 associadas na vanguarda dentre as demais cadeias produtivas brasileiras. Esse caminho foi trilhado com a participação de muitos produtores que agiram voluntariamente, dedicando o seu tempo para pavimentar as bases da cotonicultura brasileira.

Ao mesmo tempo em que os cotonicultores retomavam o cultivo do algodão no Brasil, organizavam missões para conhecer, ouvir sugestões e prospectar o mercado asiático. Adaptaram a produção brasileira à demanda dos diversos países compradores e, ainda trouxeram representantes das indústrias asiáticas para conhecer as fazendas, unidades de beneficiamento e laboratórios de HVI do Brasil.

A evolução da cotonicultura brasileira se deu baseada no estabelecimento de metas objetivas num processo de planejamento criterioso que levou à implantação do sistema de rastreabilidade (SAI), certificação socioambiental das fazendas e unidades de beneficiamento (ABR e ABR-UBA), construção do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA) e execução do programa de qualidade (SBRHVI), além da manutenção programas de marketing nacional (Sou de Algodão) e internacional (Cotton Brazil).

Cada gestão à frente da Abrapa contribuiu para o avanço progressivo da cotonicultura brasileira. Destacar o Brasil no ranking mundial como grande produtor e exportador, exigiu muita dedicação, organização e protagonismo. O próximo grande desafio dos cotonicultores brasileiros é levar o País a ser o maior exportador mundial de algodão de qualidade e com responsabilidade socioambiental.

 

Marcio Portocarrero,

Diretor Executivo da Abrapa,

Associação Brasileira dos Produtores de Algodão.

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