Silmara Ferraresi, gestora do Movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), participou de um webinar da Maria Filó direcionado aos integrantes das equipes de vendas e de marketing da marca parceira. O encontro, que aconteceu na tarde de terça-feira (09/11), teve como objetivo promover uma imersão dos participantes na história do movimento e do algodão brasileiro.
Ana Tomasini, representante do grupo Soma, responsável pela Maria Filó, falou sobre a importância de estabelecer parcerias com iniciativas que levam informação e que são sérias, como o que o movimento Sou de Algodão realiza com as mais de 750 marcas parceiras. "Este webinar é importante para que nossa equipe tenha conhecimento da importância da origem da matéria prima. Além disso, ao nos aproximarmos do movimento, reforçamos o quanto estamos alinhados e com os mesmos objetivos: incorporar a sustentabilidade para nossas marcas e levar esse valor para nossos clientes", explica.
De acordo com a gestora, desde o início todos participaram de um trabalho coletivo, o que favoreceu ao movimento construir a ideia de se ter uma moda mais consciente para o público final. "Não tinha como os produtores conversarem com o consumidor sem envolver as marcas parceiras que entendem a necessidade da pessoa que compra uma peça de roupa feita de algodão", explica Silmara.
Além de despertar o senso coletivo em torno da moda responsável e consumo consciente, a Abrapa, por meio do Movimento Sou de Algodão, busca agregar alto valor ao produto feito a partir da fibra brasileira, estimular e fomentar o mercado, valorizar e unir os agentes da cadeia e da indústria têxtil.
"As peças feitas com o algodão têm uma jornada ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente responsável. A nossa fibra é produzida por quem tem a preocupação com a colheita, que cuida do primeiro beneficiamento ainda dentro da fazenda, separando o caroço da pluma, para entregar à fiação. São muitos meses para todo esse processo, que conta com uma tecnologia apurada e diferenciada na fazenda", explica Silmara.
A gestora do movimento Sou de Algodão também abordou alguns números sobre o trabalho realizado pelos produtores de algodão brasileiro para as equipes da Maria Filó como, por exemplo, o fato do Brasil, na safra 2020/2021, ter produzido 2,5 milhões de toneladas e 720 mil toneladas foram destinadas apenas para o mercado interno, sendo que 81% tem certificação socioambiental. Comentou também que 92% da produção é plantada em regime de sequeiro, com água da chuva, o que não acontece com concorrentes. "Nós somos o maior fornecedor de algodão responsável do mundo. Também ocupamos o 2º lugar de maior exportador e 4º maior produtor do mundo", explica a gestora.
O destaque da apresentação foi o Programa SouABR, que está em fase piloto com os parceiros Reserva (para o público masculino) e Renner (público feminino, em 2022). “Nós conseguimos rastrear todo o algodão utilizado pelas marcas. O consumidor pode tirar uma peça da prateleira, usar o QR Code e conhecer a trajetória do algodão (por qual fiação e malharia passou, por exemplo).
Caminhando para o final do webinar, Silmara comentou sobre o Algodão Brasileitro Responsável (ABR), que nasceu em 2012 como um programa de responsabilidade socioambiental para produção de algodão. Ele está estruturado em três pilares, sendo que as fazendas brasileiras têm que cumprir um vasto protocolo de certificação com 178 itens, sendo 30 no pilar ambiental, que inclui boas práticas ambientais, preservação das nascentes, biomas e solo, proteção de ecossistemas, boas práticas agrícolas, aplicação de Manejo Integrado de Pragas (MIP), preservação da qualidade do ar, da água e do solo; e 148 itens no pilar social, que incorpora boas práticas sociais, que prezam pelo respeito e valorização da mão de obra, saúde e segurança, e tolerância zero ao trabalho análogo a escravo, infantil ou condições degradantes.
“É obrigação das fazendas seguir a legislação trabalhista brasileira. Com isso, a Abrapa quer mostrar o trabalho sério que é feito nas fazendas, que é um valor agregado para o algodão brasileiro”, acrescenta Silmara.