Os principais desafios e avanços tecnológicos do algodão nas últimas décadas foram tema de um evento virtual realizado nesta terça-feira (13), em comemoração ao aniversário de 46 anos da Embrapa Algodão. O debate foi moderado pelo chefe geral da Embrapa Algodão, Alderi Emídio de Araújo, e contou com a participação do presidente da Abrapa, Júlio Cézar Busato, do presidente do grupo SLC Agrícola, Aurélio Pavinato, e do engenheiro agrônomo e pesquisador da Agropecuária Oeste, Fernando Mendes Lamas.
Em pouco mais de 20 anos, o Brasil passou da condição de grande importador de algodão para o segundo maior exportador mundial da pluma. Para Júlio Busato, isso foi possível por meio de um trabalho conjunto dos produtores com a Embrapa, universidades públicas e privadas, fornecedores de insumos e agrônomos. "Juntos, adaptamos a tecnologia de produção para o Cerrado", afirmou o presidente da Abrapa. "Destaco a mecanização, a melhoria na adubação e na fertilização do solo, o controle de pragas e doenças e a genética das novas variedades, que melhora a cada dia", completou.
Aurélio Pavinato, presidente da SLC agrícola, apontou o manejo da cultura e o controle de pragas como os principais desafios dos produtores atualmente, uma vez que o clima tropical favorece a produtividade, mas também é propício para pragas e doenças. "Vejo como muito promissor o manejo integrado e o controle biológico", afirmou. "Já estamos conseguindo fazer isso com alta eficiência e numa perspectiva de um controle, a cada dia, mais equilibrado. Isso vai ajudar a aumentar ainda mais nossa competitividade", avaliou, lembrando que o mercado busca, cada vez mais, produtos sustentáveis.
A sustentabilidade é justamente o grande desafio da agricultura brasileira, na opinião de Fernando Lamas. "Essa sustentabilidade passa pela integração das culturas e pela intensificação dos modelos de produção. Com isso, teremos sistemas menos perturbados e poderemos utilizar o controle biológico", ponderou.