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Cotonicultores versus Coronavírus

13 de Abril de 2020

Enquanto se esforçam para garantir abastecimento, cotonicultores brasileiros dão as mãos na prevenção e combate à Covid 19 em suas regiões.



Um dos grandes medos dos brasileiros, principalmente, nos primeiros dias de quarentena, era o desabastecimento nos supermercados. O temor não se concretizou. Nos campos, produtores e trabalhadores rurais estão se esforçando ao máximo para encontrar meios para continuar uma tarefa que não pode ser interrompida e, ao mesmo tempo, diminuir riscos de contágio, na lavoura e no escritório: home office, para quem pode trabalhar à distância, e rodízio nas tarefas de campo foram algumas das soluções implementadas.



O impacto de uma situação jamais vista está atingindo de forma diferente os dez estados cotonicultores, porque, num país continental como o Brasil, ainda que a produção da fibra esteja concentrada na região Centro Oeste, cada local tem seu próprio ritmo e calendário. Mato Grosso, por exemplo, acaba de plantar a segunda safra (2020); São Paulo já começou a colher o algodão da safra 2019/2020, e a Bahia já se prepara para a colheita. Enquanto isso, os mesmos produtores rurais e profissionais que cuidam do cultivo da pluma, atuam também nas outras culturas, como a soja e o milho. No Brasil, fazendas de algodão, necessariamente, produzem alimentos para pessoas, e insumos para a nutrição animal. Essa diversidade na produção é a base do modelo brasileiro de cotonicultura sustentável.



Solidariedade que vai além



Entendendo que o momento é de emergência e que evitar um colapso no sistema de saúde é uma necessidade, os cotonicultores não apenas estão tentando se adaptar, como vão além, dando sua contribuição para combater a covid-19. Eles também estão ajudando a preparar hospitais nas comunidades em que atuam, com a doação de Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e de aparelhos utilizados nos centros de terapia intensiva.


Mato Grosso


Um esforço coletivo está sendo feito pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), e diversos associados, para prevenção e controle do novo coronavírus, em Mato Grosso. Dentre outras ações, a Ampa está importando, diretamente da China, 920 mil máscaras de proteção e outros materiais utilizados pelos profissionais de saúde. Foram adquiridos dois mil escudos faciais, quatro mil roupas protetivas e cinco mil óculos de segurança. Parte dessas aquisições já estão a caminho do Brasil, em diversos lotes. A associação recolheu todas as máscaras que havia nas algodoeiras e as doou para os hospitais. Entre as várias empresas do agro que estão fazendo a sua parte no estado, a Scheffer doou 34 respiradores hospitalares para auxiliar prefeituras municipais no atendimento aos casos de coronavírus; o Grupo Amaggi anunciou a doação de 50 mil cestas básicas para famílias em situação de vulnerabilidade social, e o grupo O Telhar, também instalado em Mato Grosso, doou 500 máscaras para a secretaria municipal de saúde de Santo Antônio do Leste.


Bahia


Os produtores rurais baianos, por meio da Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), vêm empreendendo uma série de ações para prevenir e combater a doença. A entidade destinou R$ 500 mil para a compra de insumos e EPIs, doados às secretarias de saúde dos municípios ligados à atividade agrícola na região, como Baianópolis, Barreiras, Correntina, Cocos, Jaborandi, Formosa do Rio Preto, Luís Eduardo Magalhães, Riachão das Neves, São Desidério e Wanderley. Além dos EPIs, a associação entregou álcool gel, toalhas e lençóis descartáveis, e também vai destinar em torno de R$ 100 mil para aquisição de toalhas 100% algodão, que serão entregues ao Governo do Estado, para os hospitais e unidades hospitalares em toda a Bahia. A Abapa também vai investir cerca de R$ 370 mil na aquisição de equipamentos e insumos para a instalação de um laboratório de testagem para Covid-19 pela Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB). O laboratório, depois de passada a fase da pandemia, será utilizado pela UFOB para a identificação e testes de outras doenças e patologias, como dengue, chicungunya e zika.



Goiás



Em Goiás, a Associação Goiana de Produtores de Algodão (Agopa), o Instituto Goiano de Agricultura (IGA) e o Fundo de Incentivo à Cultura do Algodão em Goiás (Fialgo) fizeram repasse de recursos ao Governo do Estado para combate ao coronavírus. Através da Organização das Voluntárias de Goiás (OVG), eles doaram R$ 100 mil para a compra e importação de equipamentos e insumos para o combate à pandemia. Diversos produtores rurais goianos também têm se mobilizado para ajudar por conta própria, com recursos que estão sendo destinados a prefeituras, creches e outras instituições que necessitam de apoio, em suas regiões de atuação.



Mato Grosso do Sul


A Associação Sul-Matogrossense dos Produtores de Algodão (Ampasul) mobilizou seus associados e doou dez respiradores para hospitais do estado. Sete desses equipamentos foram doações diretas por cotonicultores. Para viabilizar a doação dos aparelhos, a Ampasul se uniu ao projeto Mãos Solidárias. A entidade cedeu, diretamente aos hospitais de Chapadão do Sul e Costa Rica, 60 macacões de isolamento e duas mil luvas de procedimentos, para minimizar os efeitos da Covid-19.

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