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Rentabilidade, sustentabilidade e competitividade do algodão em debate na 78ª Reunião Plenaria do ICAC.

20 de Dezembro de 2019

Como faz desde a sua criação, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) participou este ano da concorrida Reunião Plenária do International Cotton Advisory Committee (ICAC).  Na 78ª edição, o evento foi realizado em Brisbane, na Australia, entre os dias 2 e 6 de dezembro. A associação se fez representar pelo seu ex-presidente, João Luíz Ribas Pessa, e outras lideranças da cotonicultura nacional também estiveram lá, como o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão, Alexandre Schenkel, o também ex-presidente da Abrapa, Sergio De Marco, o diretor executivo da Ampa, Décio Tocantins, além do consultor da Abrapa e  responsável pela gestão do CSITC  do ICAC, Andrew Macdonald.


Ciceroneada pelo governo da Austrália e a indústria têxtil daquele país, a reunião contou com a presença de 307 pessoas, incluindo representantes de 23 governos membros, cinco organizações internacionais e cinco países não membros. Compondo o público, representantes de toda a cadeia produtiva da fibra de 30 países, como produtores, indústria, tradings, fornecedores de insumos e bancos de investimentos. As discussões se deram em torno das rápidas mudanças que ocorrem no ambiente da indústria global de algodão e os desafios que se impõem de continuarem sendo rentáveis, sustentáveis e competitivos.


Diversas reuniões aconteceram durante a programação do ICAC, e a Abrapa foi nominalmente convidada a participar de muitas delas, como a do Seep (Social, Environmental and Economic Performance), que ocorreu sob o comando de Allan Williams, da Organização de Pesquisa para o Algodão e Organização para o Desenvolvimento, da Austrália. Este painel organiza o programa Estrutura Delta (Delta Framework), no sentido de estabelecer um programa de pesquisa visando a sustentabilidade, tanto no aspecto ambiental como social.

Padronização


Dentre outras reuniões atendidas pela Abrapa, a do Commercial Standardization of Instrument Testing of Cotton (CSITC), moderada pelo seu presidente Andrew Macdonald. O CSITC é uma força-tarefa criada em 2003 para a padronização dos equipamentos utilizados para a classificação de algodão. Seu objetivo é controlar a variação de classificação nos diversos equipamentos, capacitar os laboratórios a continuamente monitorar os resultados das classificações, prover os laboratórios com análises detalhadas que os auxiliem a melhorar suas análises e dotar cada equipamento de um Resultado Abrangente de Avaliação (OER – Overall Evaluation Result.). Vários laboratórios brasileiros fazem parte do Round Test do CSITC, que envolve Bremen Institut e o USDA, sob a chancela do ICAC.


De acordo com Pessa, neste encontro foram apresentadas as estatísticas das últimas avaliações das classificações. “Pudemos notar que está havendo melhora na acuidade dos dados. Isso, que se percebe no âmbito nacional, com o programa Standard Brasil HVI (SBRHVI), é também um movimento mundial”, afirmou. Ainda segundo Pessa, Andrew McDonald, como nos encontros anteriores, propôs a adoção da classificação por estatística de vários fardos, considerando a dificuldade de se ter uma classificação coerente do fardo com apenas uma amostra, principalmente no caso do Brasil e seu algodão que não é irrigado.


“A colheita da parte superior da planta misturada com a da base, leva a alguma diferença na classificação. Se um lote de fardos for classificado e sua média for processada o resultado seria mais representativo. Este assunto vai continuar a ser debatido mais profundamente na próxima reunião, marcada para março de 2020, em Bremen”, concluiu. Na ocasião também foram feitas várias apresentações que mostram uma ação global visando a viabilidade da implantação da rastreabilidade da fibra, desde a produção até o consumidor final, passando por fiação, tecelagem, confecção e comercialização.

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