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Abrapa realiza workshop técnico sobre climatização com participação dos 12 laboratórios de análise por HVI
09 de Maio de 2025Entre os dias 6 e 8 de maio, a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promoveu mais uma edição do Workshop Sistema de Climatização, voltado para os laboratórios integrantes do programa SBRHVI (Standard Brasil HVI). Com carga horária de 24 horas, o treinamento reuniu 30 profissionais diretamente envolvidos na rotina técnica dos laboratórios, além de técnicos do Centro Brasileiro de Referência em Análise de Algodão (CBRA). Edson Mizoguchi, gerente do programa de qualidade da Abrapa, explica que o treinamento faz parte do Pilar 3 do SBRHVI, voltado à orientação técnica dos laboratórios. “A capacitação constante é essencial para garantir a excelência do nosso sistema de análise. Precisamos ter pessoas muito bem qualificadas na área de climatização para garantir a padronização das amostras e a confiabilidade dos resultados, que são a base para a comercialização justa da fibra brasileira”, afirma A formação foi ministrada pela Refrigeração Ambiente, empresa com 27 anos de atuação e referência em projetos de climatização para laboratórios voltados ao setor algodoeiro. Michael de Oliveira, sócio-proprietário da empresa, reforça que, devido às características físicas do algodão — que é higroscópico, ou seja, absorve ou perde umidade conforme o ambiente —, é imprescindível que as análises ocorram em ambientes com controle rigoroso de temperatura e umidade. “O conhecimento técnico ajuda a mitigar e resolver os problemas antecipadamente”, explica. O workshop também contou com a participação da Contemp, especializada em sensores e controladores. A empresa apresentou as tecnologias utilizadas no monitoramento e controle de temperatura e umidade, componentes fundamentais para o desempenho adequado das salas climatizadas. Treinamento segue normas internacionais Segundo Deninson Lima, especialista em análise de pluma do CBRA, os parâmetros de climatização seguem as normas internacionais ASTM D1776 e ISO 139, que orientam as condições ambientais ideais para ensaios têxteis. “Essas normas definem as faixas adequadas de temperatura e umidade relativa, que precisam ser rigorosamente mantidas para garantir a reprodutibilidade e a confiabilidade dos resultados entregues pelos diferentes laboratórios participantes do SBRHVI” explica. Para Renato Marinho de Souza, gerente do Laboratório de Análises da Ampasul, o workshop teve um papel estratégico no aprimoramento técnico das equipes. “Esse tipo de capacitação é fundamental para que os laboratórios possam melhorar a segurança, eficiência e qualidade dos ambientes climatizados. Além disso, ambientes mais bem controlados também contribuem para a saúde ocupacional dos nossos colaboradores”, afirma. Já Eduardo Oliveira, também sócio da Refrigeração Ambiente e responsável pela condução do curso, destacou que as boas práticas levam à otimização dos sistemas de climatização — tema central dos conteúdos abordados. “Essa otimização permite melhorar o uso de recursos e reduzir o consumo de energia, impactando diretamente os custos operacionais dos laboratórios”, afirmou. Sobre o PQAB O conteúdo técnico do curso foi estruturado para atender às demandas práticas do cotidiano dos laboratórios e levou em consideração apontamentos feitos pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), dentro do Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB). O PQAB é a certificação oficial do governo federal que atesta os indicadores de qualidade do algodão nacional, tendo como base o SBRHVI — sistema desenvolvido pela Abrapa — somado à certificação da amostragem e ao controle externo realizado por fiscais do Mapa.
Boletim de Inteligência de Mercado Abrapa - 09/05/2025
09 de Maio de 2025Destaque da Semana - Rumores de uma redução das tensões comerciais entre EUA e China impulsionaram fortemente o mercado na última sexta-feira, com uma leve continuidade na segunda-feira. Após isso, leve queda pelas próximas sessões, apesar da confirmação da reunião entre as potências este final de semana. Algodão em NY - O contrato Jul/25 fechou nesta quinta 08/mai cotado a 66,69 U$c/lp (+1,0% vs. 30/abr). O contrato Dez/25 fechou em 68,75 U$c/lp (+1,4% vs. 30/abr). Basis Ásia - Basis médio do algodão brasileiro posto Leste da Ásia: 887 pts para embarque Mai/Jun-25 (Middling 1-1/8" (31-3-36), fonte Cotlook 08/mai/25). Altistas 1 - O secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e o vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, se reúnem neste final de semana em Genebra (Suíça) . Uma boa sinalização após o encontro pode animar os mercados. Altistas 2 - Será a primeira negociação oficial dos dois países após o “Tarifaço” de Donald Trump. A disposição de Pequim em negociar com Washington animou o mercado. Altistas 3 - A umidade do subsolo no Oeste Texas deixa muito a desejar e ainda há um longo caminho a percorrer, indicando que a safra vai depender de várias chuvas no momento certo. Baixistas 1 - A União Europeia está preparando uma atualização em suas contramedidas contra as tarifas impostas pelos Estados Unidos, o que pode acirrar as tensões. Baixistas 2 - O governo dos EUA demonstrou pouca disposição em reduzir as tarifas sobre produtos chineses, o que dificulta o avanço das negociações comerciais. Baixistas 3 - O acirramento das tensões entre Índia e Paquistão , duas potências nucleares, preocupa o mundo. China 1 - Em seu último relatório, o Cncotton manteve todas as estimativas anteriores. A produção de algodão em 2024/25 ficou em 6,68 milhões tons ; o consumo em 8 milhões tons e a importação em 1,6 milhão tons . China 2 - O presidente Lula viaja até Pequim, na China, para uma visita oficial de Estado ao país. A previsão é que sejam assinados atos de parceria nas áreas de agricultura, comércio, investimentos, infraestrutura, indústria, energia, mineração, finanças, entre outras. China 3 - A ApexBrasil aproveita a missão oficial e realiza na quarta (14) um seminário sobre segurança alimentar. A Abrapa, por meio do programa Cotton Brazil, será uma das entidades brasileiras a participar. EUA 1 - Com as últimas chuvas no Texas , principal estado produtor dos EUA, os níveis de umidade do solo melhoraram. De forma geral, o plantio continua à frente da média de cinco anos, embora haja atraso em partes do Delta do Mississipi. EUA 2 - Em seu mais recente relatório de safra, o USDA informou que o plantio atingiu 21% da área plantada , um pouco acima da média de cinco anos (20%). Índia x Paquistão 1 - Nesta semana, Índia e Paquistão trocaram ataques aéreos na fronteira da Caxemira. Pelo menos 44 pessoas morreram. O conflito começou em 1947 e preocupa o mundo por serem duas nações com armas nucleares. Índia x Paquistão 2 - A tensão afeta a cotonicultura paquistanesa, já que a Índia suspendeu o fornecimento de água a importantes províncias produtoras no Paquistão , como Punjab e Sindh. Turquia 1 - Em março, a Turquia importou 81.395 tons de algodão, maior valor mensal desde jul/24. O Brasil foi o principal fornecedor , com 30.841 tons (37,8%). Turquia 2 - No ano, a importação turca soma 490.780 tons, +15,9% a mais que as 423.390 tons de 2023/24. O Brasil foi responsável por 34% desse volume. Austrália 1 - Chuvas na Austrália, que a princípio pareciam prejudicar a colheita de algodão, acabaram fornecendo a umidade necessária para o desenvolvimento das maçãs, elevando a safra a níveis quase recordes , com algumas estimativas chegando a 1.26 milhão tons (USDA estima 1,18 milhão tons). Austrália 2 - A colheita avança em grande parte do país sob céu claro, enquanto as algodoeiras iniciam o processamento . Agenda - Na próxima segunda-feira (12) , o USDA divulga as estimativas mundiais de Oferta e Demanda de algodão, com as primeiras estimativas de 2025/26. Exportações - As exportações brasileiras de algodão somaram 239,1 mil tons em abril, leve queda (-0,9%) em relação aos embarques de abril/24 (241,4 mil tons). Preços - Consulte tabela abaixo Quadro de cotações para 08-05 Este boletim é produzido pelo Cotton Brazil, iniciativa que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global. Contato: cottonbrazil@cottonbrazil.com
Sou de Algodão promove Cotton Trip com influenciadores e profissionais da moda
09 de Maio de 2025Na terça-feira (6), o movimento Sou de Algodão, iniciativa da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), deu início a mais uma edição da Cotton Trip, uma experiência imersiva no mundo do algodão, que explica a sua importância para a moda brasileira. Com o objetivo de ampliar o conhecimento de todos sobre a fibra, desde o plantio até chegar ao consumidor final, cerca de 35 influenciadores, estilistas parceiros e stylists passaram o dia nas cidades de Itaí (SP) e Paranapanema (SP). Sendo realizado pela primeira vez com a APPA (Associação Paulista dos Produtores de Algodão), o evento começou com um café da manhã na sede da associação, seguido de uma apresentação sobre o setor produtivo desta matéria prima no Brasil e os quatro pilares de atuação da Abrapa - sustentabilidade, rastreabilidade, qualidade e promoção -, e a produção da fibra no estado de SP. Ao longo do dia, os convidados puderam conhecer a lavoura, na Fazenda Santa Isabel, e a unidade de beneficiamento de algodão, na Cooperativa Agro Industrial de Holambra. Como explica Thomas Derks, Presidente da APPA, a Cotton Trip é a chance de causar uma boa impressão da cotonicultura nacional. “Eu acho que é nosso dever, enquanto associação, receber todos os elos da cadeia do algodão para mostrar a realidade do campo, pois é uma oportunidade única”, afirma. Pedro Andrade, diretor criativo da Boldstrap, marca parceira do movimento, pontuou que a experiência foi engrandecedora para quem utiliza o algodão no dia a dia da empresa, com o design e a confecção. “Estando aqui, entendemos quantos processos são necessários para chegar naquele tecido que a gente tanto usa. É tudo muito grandioso, com muita gente envolvida, e passa um senso de responsabilidade muito grande, de trabalhar e fazer valer o trabalho de todo mundo de uma maneira sustentável e justa”, diz. Já para a influenciadora e especialista em moda de luxo, Bia Nardini, foi muito interessante conhecer os processos de plantio, colheita e beneficiamento do algodão. “Eu sou formada em Moda e especializada no mercado internacional de luxo, então é incrível ver de perto essa matéria–prima, e principalmente entender o seu valor, sabendo que o Brasil é o maior exportador de algodão do mundo”, completa. A viagem também foi muito positiva para stylists, como indica Will Pissinini. “Achei muito interessante toda a experiência, principalmente entender o processo de separação de caroço e da fibra. É muito importante, porque o algodão é a matéria-prima que eu mais utilizo atualmente. Sabendo que a planta do algodão é 100% utilizada, a gente entende que ela reduz o impacto ambiental, e isso é muito relevante para mim”, reitera. Para Silmara Ferraresi, gestora geral do Sou de Algodão, a Cotton Trip é de extrema importância para que o trabalho realizado, desde o processo de plantio com os produtores até o beneficiamento, seja compartilhado com os profissionais da moda. “É uma ação super importante para nós, porque conseguimos dividir com esse público, e com a sociedade em geral, como é o trabalho responsável que desenvolvemos dentro das lavouras, produzindo a matéria-prima que veste o Brasil. Dessa forma, eles conseguem entender como abastecemos integralmente a indústria nacional, e também como nos tornamos os maiores exportadores da fibra do mundo”, afirma. “Estou muito feliz de ter sido convidado para essa imersão em Paranapanema. Foi muito curioso descobrir todos os processos do algodão, da sua plantação até o final, incluindo o rastreamento. Espero que o Sou de Algodão continue com essa iniciativa, de trazer um novo olhar para esse setor, incentivando cada vez mais a moda nacional”, deseja Jair Baptista, estilista da Mockup. O movimento Sou de Algodão está crescendo e ganhando ainda mais reconhecimento dos profissionais da moda e formadores de opinião do Brasil. Este ano, atingiu quase 1.800 marcas parceiras e, além disso, se prepara para duas grandes ações no próximo semestre: o lançamento do 4º Desafio Sou de Algodão + Casa de Criadores - concurso de moda autoral para estudantes; e o 4º desfile na São Paulo Fashion Week (SPFW). Sobre Sou de Algodão Movimento criado pela Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), em 2016, para despertar uma consciência coletiva em torno da moda e do consumo responsável. Para isso, a iniciativa une e valoriza os profissionais da cadeia produtiva e têxtil, dialogando com o consumidor final com ações, conteúdo e parcerias com marcas e empresas. Outro propósito é informar e democratizar o Algodão Brasileiro Responsável (ABR), que segue rigorosos critérios ambientais, sociais e econômicos e certifica 82% de toda a produção nacional de algodão.
Abrapa e Amipa promovem capacitação de novos inspetores de usinas de beneficiamento de algodão de Minas Gerais
05 de Maio de 2025A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) realizou, no dia 29 de abril, em Uberlândia (MG), o curso de Capacitação e Qualificação de Inspetores de Unidades de Beneficiamento de Algodão (UBA). A formação foi promovida em parceria com a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) e contou com a participação de profissionais envolvidos diretamente no processo de amostragem dos fardos de algodão nas UBAs. Conduzido pela Abrapa e supervisionado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), o treinamento integra o Programa de Qualidade do Algodão Brasileiro (PQAB) e faz parte de uma série de ações voltadas ao fortalecimento do pilar de qualidade na cadeia produtiva, que já passou pelos estados da Bahia e Mato Grosso do Sul e ainda deve contemplar o Mato Grosso. O evento capacitou 24 novos inspetores — que se somam aos 55 capacitados nas duas últimas safras em Minas Gerais — totalizando quase 80 profissionais aptos a conduzir processos de amostragem, registro e rastreabilidade, conforme Instrução Normativa no 24/2016 (IN24) do Mapa. A qualificação foi viabilizada com o apoio da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa) por meio do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas) e Fundo de Desenvolvimento da Cotonicultura no Estado de Minas Gerais (Fundo Algominas). Formação robusta para garantir rastreabilidade e padrões internacionais O treinamento abordou práticas essenciais para padronizar o processo de amostragem nas UBAs e garantir a qualidade do algodão brasileiro, de acordo com as exigências do PQAB. Entre os principais tópicos, estão: • Amostragem em duas faces do fardo: retirada de duas subamostras padronizadas em peso e dimensão, conforme normas internacionais e do Mapa. • Identificação e lacração: aplicação de lacre inviolável e etiqueta codificada, permitindo rastreabilidade plena desde a unidade de beneficiamento até o laboratório. • Registro no SAI: lançamento de todos os dados de amostras e procedimentos, assegurando transparência e integridade das informações. “O Brasil é hoje o maior exportador mundial de algodão: plantamos mais de 2,1 milhões de hectares, com estimativa de produção de 3,9 milhões de toneladas, das quais mais de 2,9 milhões seguem para o exterior”, destacou Anicézio Resende, gerente da Central de Classificação de Fibra de Algodão – Minas Cotton (filial da Amipa). “Cada um desses fardos precisa atender a critérios rigorosos de peso e dimensão de amostra, lacre certificado e registro transparente em sistema, para garantir a confiança dos clientes, sobretudo nos mercados asiáticos.” Credibilidade reforçada pelo Programa Standard Brasil HVI (SBRHVI) O gestor do Programa (SBRHVI) da Abrapa, Edson Mizoguchi, ressaltou o papel estratégico dos inspetores: “para mantermos a credibilidade do algodão brasileiro, temos o objetivo de qualificar quase 500 inspetores em 2025. São eles que coletam as amostras nos fardos e garantem que cheguem íntegras aos laboratórios, assegurando resultados confiáveis. A rastreabilidade, viabilizada pelo código de cada fardo, confere total transparência ao cliente estrangeiro”. Segundo Mizoguchi, eventos similares ocorrem “praticamente em todos os estados produtores” e, embora os inspetores formados em Minas atendam prioritariamente a região, “nada impede que profissionais de outras regiões também venham a ser capacitados aqui”. PQAB e o autocontrole como alicerces da qualidade A diretora de relações institucionais da Abrapa e gestora do Sou de Algodão, Silmara Ferraresi, destacou o papel do PQAB , lançado em 2023: “oPrograma instituiu o autocontrole nas unidades de beneficiamento. Este treinamento é essencial para que os inspetores dominem todos os procedimentos: coleta e montagem das amostras, etiquetagem, lacração e registro online no sistema do Mapa. Uma amostra com peso e dimensão corretos garante ao laboratório HVI a precisão exigida pelos padrões internacionais”. Ferraresi ressaltou ainda o caráter “quatro mãos” dessa cadeia: “se a unidade de beneficiamento e o laboratório atuam em sincronia, temos a melhor análise de qualidade possível, reforçando a imagem do algodão brasileiro nos mercados interno e externo”. Com a certificação PQAB, produtores e beneficiadores brasileiros se alinham às melhores práticas globais, reforçando a imagem do Brasil como fornecedora de fibra confiável, sustentável e de alta performance. Minas Cotton Filial tecnológica da Amipa, a Central de Classificação de Fibra de Algodão (Minas Cotton), foi criada em 2006 com o apoio do Proalminas e é, reconhecidamente, um laboratório alinhado às normas e às melhores práticas para realização de ensaios e classificação de fibra de algodão, priorizando processos que regulamentam o serviço de padronização da classificação do produto. Desde 2008 participa dos Round Test Interlaboratorial realizados pelo ICAC (Estados Unidos), ICA Bremen (Alemanha), Senai/FBET (Brasil). Este material foi produzido com apoio da Prelo Comunicação Assessoria de Imprensa da Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa) Contato: redacao@prelocomunicacao.com.br Assessores de Imprensa: Emília Calábria (34) 99262-6295 | Ana Carolina Amorim (34) 98721-1452 | Bárbara Sábio (34) 99677-7126 | Orlei Moreira (34) 99992-6423
Missões do agro brasileiro vão à China para ampliar mercados
05 de Maio de 2025Em meio à guerra tarifária entre Estados Unidos e China, o Brasil vai enviar a maior comitiva de empresários do setor agropecuário para uma missão ao país asiático a partir desta semana. Cerca de 150 pessoas ligadas a diferentes segmentos produtivos brasileiros estarão em território chinês para agendas sobre aberturas de mercado, ampliação das exportações e discussões sobre questões sanitárias e tarifárias. O país asiático já é o principal comprador de soja e carnes do Brasil. Outros segmentos do agronegócio brasileiro buscam ampliar as vendas à China e dar tração a pautas que ganharam novo fôlego com a disputa entre Pequim e Washington. Ao menos nove segmentos terão representantes na delegação: carne bovina, carne de aves e suínos, milho, etanol de milho e DDG, frutas, café, algodão, citros e biotecnologia. Em 2024, as exportações brasileiras à China se aproximaram dos US$ 50 bilhões. Haverá eventos próprios, promovidos por associações nacionais com importadores chineses, missões ao interior da China para atrair novos clientes e conhecer hábitos de consumo da população local e até a inauguração de um escritório conjunto em Pequim dos exportadores brasileiros de carnes de aves, suína e bovina. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva também estará na China entre 12 e 13 de maio para participar do Fórum China-Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos). Ele deverá ter agenda bilateral com o presidente chinês Xi Jinping. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, e a presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Silvia Massruhá, também irão. A formação da maior delegação brasileira na China se deve a uma série de fatores. Algumas entidades já tinham agenda programada há algum tempo. Outras aproveitaram o chamamento do governo a partir da confirmação da ida de Lula e viram oportunidades com o tarifaço mútuo entre chineses e norte-americanos. Alguns executivos já iriam para a Sial, maior feira sobre alimentação do país, em Xangai, entre 19 e 21 de maio. Oportunidade Entes públicos e privados veem o momento como “oportuno” para o Brasil reforçar laços com os chineses e tentar ampliar a presença comercial no país asiático com a tensão entre Pequim e Washington. A presença massiva de empresários do agronegócio lá simboliza esse cenário de oportunidade, disse o secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura, Luis Rua. “A guerra tarifária dá alento para setores que, eventualmente, não estivessem tão organizados para estar na China. É muito importante esse movimento de o Brasil mostrar para a China que somos parceiros, que estamos aqui se eles precisarem”, completou. A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) e a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) vão inaugurar um escritório na capital chinesa para fincar o pé no país. Empresas de carne bovina buscarão ampliar suas vendas a cidades do interior chinês. Já os frigoríficos de carnes de aves e suínos olham possibilidades de ocupar eventuais espaços deixados pelos americanos. No caso das frutas, o objetivo é destravar as vendas de melão e uva, que têm autorização de embarque ao país, mas sem grandes volumes comercializados até aqui. A Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas) vai enviar 42 pessoas para entender as preferências e particularidades do mercado para realizar negociações mais efetivas com os importadores chineses. “O correto posicionamento do nosso produto é fundamental para a continuidade da relação comercial. Temos todas as condições de competir muito bem, desde que a gente entenda a necessidade deles e os atenda”, afirmou o gerente técnico da Abrafrutas, Jorge de Souza. A missão foi planejada antes da posse de Donald Trump na Casa Branca, mas a briga dele com Pequim é um “novo ingrediente” para os empresários brasileiros. Os EUA são o principal fornecedor de uvas aos chineses. A expectativa do setor é conseguir espaço no mercado chinês de frutas nos meses de dezembro a maio, quando o inverno rigoroso impossibilita a produção de frutas do país. O segmento de café também está otimista com a expansão dos negócios. Na visão dos produtores nacionais, clientes asiáticos estão dispostos a pagar mais pelo grão brasileiro. O presidente do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Márcio Ferreira, estará na China para agendas com autoridades locais e a participação em feiras. “Serão muitas ações para aprofundar laços e estreitar os negócios no café”, disse ao Valor.
Empresa mato-grossense lidera produção nacional de roupas com algodão rastreável
05 de Maio de 2025Enquanto a safra 24/25 de algodão está em desenvolvimento nas lavouras de Mato Grosso, com estimativas que apontam para uma produção estadual de 2,67 milhões de toneladas de pluma, o setor de vestuário segue trazendo inovações e qualidade para os seus consumidores. É nesse contexto que a Almagrino, empresa mato-grossense de moda sustentável, vem se destacando. Com produção de roupas baseada no algodão certificado pelo programa ABR – Algodão Brasileiro Responsável – da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), a Almagrino entrega ao mercado peças que contam a história do campo ao consumidor final, por meio do programa SouABR, também da ABRAPA, um sistema de rastreabilidade que abrange da semente até o guarda-roupa. O controle e cuidado deram à empresa a liderança entre os varejistas de vestuário na produção de roupas com uso de algodão rastreável no Brasil, em 2024, conforme o relatório divulgado pela ABRAPA. Foram mais de 30 mil peças certificadas e disponibilizadas aos consumidores pela Almagrino. “Esse destaque representa o reconhecimento da nossa estratégia de negócio que prioriza de forma autêntica a produção consciente. Valorizamos a fibra produzida no Brasil com os mais altos padrões socioambientais”, explica Pedro Sávio, sócio fundador da Almagrino. Para o ano de 2025, a projeção da empresa é atingir a fabricação de mais de 50 mil peças de roupas produzidas a partir da pluma com certificação de origem. Criada no maior polo produtor de algodão do país, a Almagrino é exemplo de como o agro pode impulsionar novos modelos de negócio sustentáveis. Desde a sua criação, há apenas três anos, a Almagrino tem alcançado metas próprias de oferecer qualidade e inovação em suas peças. A empresa foi a responsável pelo lançamento da primeira camiseta rastreável do Brasil equipada com QR code visível através do programa SouABR, que permite a interação direta com o consumidor ao mostrar todas as etapas da cadeia de produção da peça. Depois disso, vieram as inovações na camisa polo e camisa social, com a mesma tecnologia. “A Almagrino tem um projeto inédito: uma ‘plantação de camisetas’. Nossos sócios e equipe acompanham o cultivo do algodão em uma área exclusiva, que fica a pouco mais de 100 km de Cuiabá. Esse monitoramento permite um acompanhamento do plantio, manejo, colheita, beneficiamento até a fiação, malharia e confecção das roupas. Com isso, conseguimos compartilhar em tempo real a história de uma peça de roupa desde quando era uma semente”, explica Pedro Sávio. Qualidade e rapidez no atendimento a eventos e empresas No ano passado, a Almagrino expandiu seu portfólio e sua atuação no mercado corporativo criando uma nova linha chamada Projeto 50 (P50), com foco em produtos personalizados com algodão certificado e rastreável para empresas que valorizam a pauta de sustentabilidade. A entrada no mercado B2B surgiu como uma resposta natural à demanda por peças que unam qualidade, sustentabilidade e atendimento rápido. “Conseguimos entregar um padrão de qualidade premium com prazos reduzidos e uma plataforma de sustentabilidade completa, ideal para empresas que querem vestir o algodão brasileiro com propósito e responsabilidade”, comenta Pedro Sávio. Ainda de acordo com Pedro Sávio, muitos clientes da marca são empresas ligadas ao próprio setor do agronegócio. “Nossos clientes fazem mais do que uma escolha de consumo — é um posicionamento. A gente tem uma primícia: desenvolver processos, gestão e sistemas necessários para produzir peças com algodão certificado e rastreabilidade em blockchain. Essa transparência nas informações é diferencial competitivo, que permite ao nosso cliente saber a origem do algodão, que foi cultivado com boas práticas ambientais, trabalhistas e produtivas”, complementa.