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Abrapa discute o uso eficiente de insumos em workshop sobre Manejo Integrado de Pragas

A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) promoveu, nos dias 13 e 14 de maio, o Workshop MIP — Manejo Integrado de Pragas, reunindo em Brasília agricultores, técnicos e pesquisadores para debater práticas sustentáveis e eficazes no controle de pragas e doenças na cultura do algodão. 

Com mais de 20 paineis, o evento, que foi produzido em parceria com a Bayer e com a Better Cotton, contou com a participação de pesquisadores da ESALQ, Embrapa, CSIRO, IMAmt, Amipa, IGA e Fundação Chapadão e representantes das associações estaduais e dos ministérios da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e do Meio Ambiente (MMA).

O encontro foi estruturado em três eixos temáticos. No primeiro dia, os participantes se concentraram nas estratégias de manejo de pragas do algodoeiro. Já no segundo, as discussões se voltaram ao uso de bioinsumos e ao manejo da resistência de doenças frente às biotecnologias aplicadas ao cultivo do algodão.

Além de especialistas brasileiros, o evento teve a presença de profissionais dos Estados Unidos e da Austrália, que compartilharam experiências e soluções adotadas em seus países para desafios similares aos enfrentados pelos produtores brasileiros. De acordo com Fernando Prudente, diretor de negócios de soja e algodão da Bayer, o workshop foi um passo fundamental para a tomada de decisão do setor em relação ao manejo de pragas e doenças. “A agenda passou pelos principais temas além de definir os próximos passos para uma coalizão em torno do manejo integrado de pragas”, avaliou.  

O Workshop MIP faz parte da estratégia do programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) – padrão nacional de certificação socioambiental da Abrapa em benchmark com a Better Cotton.  Segundo João Rocha, Coordenador Sênior de Programas para o Brasil e América Latina da Better Cotton e palestrante do segundo dia, “62% das fazendas licenciadas pelo programa já reportam o uso de algum biológico”, aproximando-se do compromisso de diminuir o uso dos defensivos agrícolas estabelecido pela iniciativa, que certifica a produção de algodão em mais de 20 países.  

Com o propósito de encontrar alternativas para fortalecer a base técnica dos produtores rurais, o evento muniu os participantes com informações atualizadas sobre o tema, que devem ser repassadas aos produtores. Para o Diretor Executivo da associação, Marcio Portocarrero, o encontro “reuniu inovações, análise crítica, pontos de melhoria e desafios no caminho dos produtores que pretendem adotar as práticas para produzir melhor, ser mais eficiente e reduzir custos.” 

A programação incluiu estudos acadêmicos e exemplos práticos. Considerado um case de sucesso, a biofábrica da Amipa – Associação Mineira dos Produtores de Algodão – foi apresentada por José Lusimar Eugênio, engenheiro agrônomo da entidade, e chamou atenção pelos resultados positivos. O projeto foi pioneiro na adoção do uso de drones para a liberação de macrorganismos no campo, uma importante prática do Manejo Integrado de Pragas (MIP), na qual os inimigos naturais existentes no campo são potencializados em sua eficácia por meio da produção massal e liberação a campo. “Em 2024, a introdução desses macroorganismos para o controle biológico do bicudo-do-algodoeiro em plantações localizadas no Triângulo Mineiro e no norte de Minas Gerais resultou na redução de 120 mil litros de insumos químicos” compartilhou Eugênio. 

Segundo Gustavo Piccoli, Presidente da Abrapa, que prestigiou o evento, “a iniciativa reforça o compromisso da associação com a sustentabilidade da cadeia produtiva do algodão no Brasil, em um momento em que o manejo responsável de pragas já é uma realidade na cotonicultura nacional e se torna cada vez mais crucial para a preservação da qualidade, produtividade e do meio ambiente”, finalizou. 

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